5.4.07


Eu faria tudo outra vez, se soubesse que ouviria o eco responder a tudo aquilo que por noites em claro busquei no radar, mas as antenas não traziam nada, então fiz da estática. O mar em que com cinzas nos pulmões afoguei as mágoas, por não escutar nas conchas as ondas e acabei me enforcando em freqüências sem sinal. Terminar seria o fim se não fosse uma variável, nos beijos de quem transmite em línguas que eu não sei e eu não tenho a tecla SAP, para poder ler entre as linhas quando o sal distorce a visão e entre bolhas tento soltar meus pés e as algas querem dançar, só mais uma valsa. "Somos um casal rodando entre as águas-vivas." Laocoonte não conseguiu conectar seu computador, e serpentes do mar não lhe deixaram gravar seus avisos, pois as caixas postais estão lotadas...Ninguém dá ouvidos a Cassandra, pois Helena, Todos contemplam teu sorriso. E eu já não ouço a banda tocar, em teus braços me deixo levar e meus dedos desenham círculos na areia E há quem diga que nem o mais profundo mar, conseguiu limpar o brilho nos olhos e o sorriso tão ímpar desta Monalisa.